
Rui Gomes, O CEO da Um Telecom e membro do Conselho da TelComp – Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas, assina artigo de opinião na Folha de Pernambuco abordando o papel das pequenas e médias operadoras regionais na redução das desigualdades digitais no Nordeste. Com base em dados recentes do IBGE e da Anatel, Rui analisa como os provedores de pequeno porte têm sido protagonistas na expansão da banda larga fixa na região, especialmente em municípios do interior e áreas historicamente menos atendidas pelas grandes operadoras. Trata-se de acesso à internet e inclusão social e econômica. O artigo tem como objetivo fomentar o debate sobre infraestrutura digital, políticas públicas e estratégias de conectividade no Brasil.
O Nordeste conectado: o papel dos provedores regionais na redução das desigualdades digitais
Por Rui Gomes, CEO da Um Telecom e membro do Conselho da TelComp
Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE confirmam uma tendência que já vínhamos observando no dia a dia do setor de telecomunicações: o Nordeste do Brasil está na dianteira do acesso à banda larga fixa, com 92,3% dos domicílios conectados. O índice é superior à média nacional, que é de 88,9%. Esse avanço, registrado na pesquisa Módulo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da PNAD Contínua, representa muito mais do que números. É um sinal claro de transformação social, econômica e territorial.
E é preciso reconhecer quem tem puxado esse movimento. A maior parte dessa evolução está sendo protagonizada pelas pequenas e médias empresas regionais, as chamadas Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs). Segundo dados da consultoria Teleco, que analisa informações da Anatel, 63,75% dos acessos de banda larga fixa por fibra óptica no Brasil já são fornecidos por essas operadoras competitivas. No Nordeste, sua presença é ainda mais expressiva.
Em estados como o Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, a fatia do mercado dos pequenos provedores ultrapassa os 80%. Em Pernambuco, o índice é de 74%. E em centenas de municípios com até 30 mil habitantes, essas empresas respondem por mais de 90% das conexões por fibra óptica. São números impressionantes, mas que, para quem vive esse mercado de perto, apenas confirmam o que já é uma realidade há anos: são os pequenos provedores que estão chegando aonde as grandes operadoras não chegam.
O diferencial dessas pequenas empresas não está apenas na tecnologia, mas na proximidade com o cliente e na disposição de investir em localidades que tradicionalmente ficavam à margem do desenvolvimento digital. Enquanto a infraestrutura se concentrava nas capitais e grandes centros, os pequenos provedores foram pavimentando uma rota alternativa, conectando comunidades rurais, periferias e cidades do interior com soluções de qualidade e preços acessíveis.
Isso tem um impacto direto no desenvolvimento regional. A conectividade é, hoje, um fator essencial para garantir o acesso a direitos básicos, como educação, saúde, informação e cidadania. Em tempos de transformação digital acelerada, estar online deixou de ser um luxo e tornou-se uma necessidade. E quando a infraestrutura de telecomunicações avança, ela leva consigo oportunidades de emprego, crescimento econômico e inclusão social.
No Nordeste, onde ainda se enfrentam desafios logísticos e históricos em termos de desigualdade social, o avanço da conectividade representa um passo importante rumo à equidade. Investir em políticas públicas que valorizem essas prestadoras, ampliar o acesso a financiamento, aproximar os dados e garantir segurança regulatória são medidas urgentes para fortalecer ainda mais essa cadeia.
Link para artigo: https://www.folhape.com.br/noticias/opiniao/o-nordeste-conectado-o-papel-dos-provedores-regionais-na-reducao-das/427822/
